ERRADICAÇÃO DA EXTREMA POBREZA E TRANSFORMAÇÃO DAS
ECONOMIAS PELO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Em setembro de 2000 os
chefes de 147 governos prometeram que iriam reduzir pela metade a proporção de
pessoas na Terra vivendo na pobreza extrema até 2015 (usando a taxa de pobreza,
em 1990, de US$ 1,25 ao dia, como referência). Esta foi a primeira das oito
metas de uma lista de metas chamadas de “Objetivos de Desenvolvimento do
Milênio” (ODM). Muitos desses objetivos, tais como a redução da mortalidade
materna em três quartos e da mortalidade infantil em dois terços, não foram
ainda alcançadas. Mas a meta de reduzir para metade a extrema pobreza foi
realizada. De fato, com os dados atuais, foi conseguido cinco anos mais cedo do
que o previsto.
Em
1990, 43% da população dos países em desenvolvimento viviam em situação de
pobreza extrema e o número absoluto era de 1,9 bilhões de pessoas. Em 2000, a
proporção caiu para um terço. Em 2010, a pobreza extrema foi de 21%, ou 1,2
bilhões de pessoas. A taxa de pobreza global, em termos relativos, foi cortada
pela metade em 20 anos.
Agora,
um grupo de alto nível da ONU liderado por Grã-Bretanha, Indonésia e Libéria
propôs que as Nações Unidas (ONU) estabeleça o objetivo de erradicar a pobreza
extrema no mundo até 2030. Segundo reportagem do G1, o relatório, entregue ao
secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, propõe uma “nova aliança mundial para
erradicar a pobreza e transformar as economias, por meio do desenvolvimento
sustentável” como metas pós-2015.
O premiê
britânico, David Cameron disse: “Esse relatório estabelece um mapa claro para
erradicar a pobreza extrema até 2030. Precisamos de uma nova aliança mundial
para terminar o trabalho dos atuais Objetivos de Desenvolvimento do Milênio”.
Atualmente
o mundo discute a “CIPD além de 2014”, como avançar com os Objetivos do
Desenvolvimento do Milênio (ODMs que vencem em 2015) e os Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável (ODS), proposta da Rio + 20. Para tanto é preciso
discutir a relação entre população e desenvolvimento sustentável e, sem dúvida,
a erradicação da pobreza é um objetivo prioritário, assim como a equidade de
gênero e a sustentabilidade ambiental.
A
revista britânica The Economist, de maio de 2013, trouxe um estudo de Laurence
Chandy, Natasha Ledlie e Veronika Penciakova – da Brookings Institution – com
um olhar sobre a distribuição do consumo em países em desenvolvimento. Os
autores mostram como ele mudou ao longo do tempo e como pode mudar no futuro. O
estudo fornece uma projeção otimista. Se os países em desenvolvimento
mantiverem seu desempenho pós-2000, o número de pessoas extremamente pobres em
todo o mundo pode cair de 1,2 bilhão em 2010 para 200 milhões em 2027.
Isso seria um feito notável, pois demorou 20 anos para se
reduzir o número de pessoas absolutamente pobres de 1,9 bilhão em 1990 para 1,2
bilhão em 2010. A projeção citada mostra que haveria a retirada de um bilhão de
pessoas da extrema pobreza em 17 anos. Desta forma, mesmo que a projeção da
pobreza não fique em zero, o número de 200 milhões de pobres implicaria uma
taxa de pouco mais de 3% da população dos países em desenvolvimento.
Na ausência de uma grande crise econômica internacional e de um
agravamento dos problemas ambientais, um esforço adicional, conjugado com uma
redução na desigualdade de renda, poderia erradicar a extrema pobreza até 2030.
Contudo, a crise do sul da Europa que se espalha para a Turquia,
o Egito, a Síria, a República do Congo, o Brasil, etc. – conjugado com um
agravamento do problemas ambientais – pode inviabilizar o sonho do fim da
extrema pobreza.

Referência:
A New Global Partnership: Eradicate Poverty and Transform Economies Through Sustainable Development. Disponível em: http://www.un.org/sg/management/pdf/HLP_P2015_Report.pdf acessado em 19/07/2013.
A New Global Partnership: Eradicate Poverty and Transform Economies Through Sustainable Development. Disponível em: http://www.un.org/sg/management/pdf/HLP_P2015_Report.pdf acessado em 19/07/2013.
http://www.ecodebate.com.br/2013/07/24/fim-da-extrema-pobreza-ate-2030-artigo-de-jose-eustaquio-diniz-alves/ - acessado em 20/07/2013
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