quarta-feira, 19 de junho de 2013

Estaremos chegando á beira do caos? Com a palavra a ciência da complexidade.

Podemos estar chegando a um estado que ela chama de “estado crítico” (ou edge of chaos-borda do caos). Nessa situação, as catástrofes/surpresas/efeitos inesperados, podem ocorrer pela adição de um único grão de areia…
A adição de um grão de areia a um monte pode:
a-      Não ter nenhum efeito substancial, ou
b-      Precipitar uma pequena avalanche, ou
c-       Precipitar uma grande avalanche, ou
d-      Precipitar  um colapso catastrófico de toda a estrutura.
Na maioria das vezes, a avalanche é pequena. But shit happens.
Não se pode saber o que ocorrerá, mas pode-se,sim, identificar e medir a ocorrência iminente de um estado crítico. Não há nada que uma autoridade ou especialista possa fazer além disso. É tolice ficar querendo botar a culpa na polícia, ou em outro agente. Corra que a avalanche vem aí..!
Um sistema é considerado em estado crítico quando está à beira de um evento radical.
Estados críticos, em vários tipos de sistemas, são onipresentes em nosso mundo global. Pesquisadores descobriram impressões digitais (matemáticas) dele – estado crítico - em quase tudo que nos assusta: terremotos, desastres ecológicos, crises financeiras, disseminação de epidemias, incêndios em florestas, protestos, etc.
 No coração da coisa está a descoberta de que redes (de todos os tipos) – átomos, moléculas, espécies, pessoas e até mesmo ideias – têm uma tendência forte a organizar-se em moldes semelhantes.
Diferentes sistemas gravitam espontaneamente para “estados críticos”, em que um único pequeno acontecimento pode desencadear a catástrofe - um deslizamento microscópico ao numa falha, geológica, uma árvore que pega fogo após um raio, um único investidor que decide vender suas ações, etc.
Se o sistema está no estado crítico, o tamanho do evento (se catastrófico ou não) não depende da gravidade do fato gerador. A maior das catástrofes pode não ter causas excepcionais. Cada avalanche, grande ou pequena, começa da mesma forma: um único grão cai e torna a pilha ligeiramente íngreme  em um ponto.  O que torna uma avalanche maior do que outra não tem nada a ver com a a causa original.  Não é 20 centavos de aumento na passagem, entende? Eles podem dizer que é,mas não é.. Resolva os 20 centavos, e o sistema continuará pacientemente na “borda do caos”, esperando outro “grão de areia”….
O tamanho de um evento -se catastrófico ou não - depende da história do sistema. O estado crítico é sensível a “acidentes congelados”,  que determinam se ele se tornará grande ou pequeno. Acidente congelado é o grão de areia que leva ao caos, ou os R$0,20 que levam ao protesto. Então, o acidente congelado depende apenas do estado do sistema.  
Depois que a pilha evoluiu para a borda do caos, muitos grãos ficam na  iminência de deslizar.Esses grãos ligam-se em “dedos de instabilidade ” de vários comprimentos. Muitos são curtos, outros  percorrem a pilha de uma extremidade à outra.  A reação em cadeia provocada por um grão pode levar a uma avalanche de qualquer tamanho, dependendo de o grão adicional cair num dedo curto de instabilidade, num intermediário, ou num longo.
Deixamos o sistema Brasil chegar ao estado crítico. Precisamos desesperadamente de líderes que entendam isso.
Citando Nassim Taleb, nessas situações “a diferença entre o que você sabe e o que você acha que sabe, é sempre perigosamente grande”.

Fonte: site Innovatrix.

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