"Quando tínhamos todas as respostas, mudaram as perguntas" - Indígenas Aymara, Andes Peruanos
Nunca estivemos tão pressionados a mudar, sem entender 'por que', 'o que' devemos mudar e em benefício 'de quem' mudar. Perplexos, nos refugiamos no 'como' mudar, reféns das propostas instrumentais que somos - como as da gestão e seus desdobramentos, afinal de contas, é preciso cuidar do normal - nossas instituições buscam a sustentabilidade sem compreender a gênese de suas vulnerabilidades nem como ela se manifesta.
A maioria se satisfaz com um novo documento sem construir um novo comportamento a partir de uma visão de mundo inspiradora de novos modos de interpretação e de intervenção. Tudo por acreditarem estarem 'deitados em berço esplendido' - a falsa premissa - "a organização vai mal, precisa mudar", geradora de promessas falsas e soluções inócuas.
Penso que estamos vivendo uma mudança de época. Sob esta premissa, julgo as mudanças globais ser resultado das revoluções tecnológica, econômica e sociocultural, não necessariamente melhor, mas nos fragilizando a todos, indistintamente - uns em maior grau, outros em menor grau, mas a todos.
Este momento expõe a crise de percepção que nos fragmenta a consistência de modos de interpretação quanto à gênese da vulnerabilidade institucional que fragmenta a consistência entre os modos de intervenção e o contexto de sua aplicação.
Temos experimentado transformações qualitativas e simultâneas nas relações de produção, de poder, cultura e experiência humana das da época do industrialismo para as do informacionalismo, contraditórias entre si. Tais transformações tem fraturado a dominação do sistema de idéias, de técnicas e institucionalidade. Cabe destacar que o novo sistema de idéias está sendo forjado em meio ás contradições típicas da mudança de época, e passível de enganos e equívocos.
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